Vilarinho das Furnas
As Minas dos Carris
Gastronomia no Gerês
Ponte da Misarela ( Ponte do Diabo)
A Lenda da Ponte do Diabo:
Legado exuberante do imaginário popular, construído de histórias e memórias de origem obscura, narradas e acrescentadas ao longo de anos e séculos, e fortemente ligado a crenças religiosas, com seus temores, terrores, profissões de fé e ânsias de protecção divina, as lendas constituem um vasto e fascinante espólio cultural do nosso país. O Norte português é especialmente rico no que ao lendário respeita, numa sarabanda fantasmática de espectros e almas penadas, duendes e princesas cativas, lobisomens e potes de ouro escondidos. No Barroso, muitas são as lendas passadas de geração em geração, mas a mais notória de todas será a da Ponte da Misarela, em que, como em tantos outros casos acontece, o protagonista é o diabo. O próprio, em pessoa. Localizado na aldeia de Sidrós, na freguesia de Ferral, o cenário do episódio é a velha Ponte da Misarela, sobre o Rabagão, cujas margens penhascosas surgem belas a uns e horríveis a outros, conforme a imaginação e o estado de espírito.
Conta, então, a lenda que, sabe-se lá quando, um desgraçado criminoso, tentando escapar-se ao longo braço da justiça, acabou por ver-se encurralado, em desespero, nos penhascos sobranceiros ao rio Rabagão. É natural e comum que, em tão adversas circunstâncias, se apele à intervenção divina, mas, talvez porque fosse excessivo o peso dos pecados na consciência, o foragido optou por convocar o diabo, que está sempre atento a estes lances para deles sacar proveito. Assim, foi instantânea a aparição do mafarrico, que não esteve com meias medidas na chantagem do costume: "Salvo-te, pois claro, se me deres a alma em troca". E que importância tem a alma, quando é o corpinho que está com problemas?
Aceitou o celerado a oferta e, logo ali, com o poder que se lhe reconhece, o diabo, enquanto esfregava um olho, fez aparecer uma ponte ligando as margens do rio. Sem olhar para trás, o perseguido atravessou para a outra margem, após o que, sujeito de palavra, o demónio fez desaparecer a ponte, assim travando a perseguição das autoridades.
Retomou o maligno às suas infernais instalações com a alma do desgraçado, mas o assunto não se ficava por ali. Salvo o corpo mas perdida a alma, viria o criminoso arrepender-se da permuta, pelo que decidiu procurar um frade - conhecido na região por viver em estado de santidade - e contar-lhe o sucedido. "Pecado, meu filho, terrível pecado!", conjecturou, supõe-se, o santo homem, passando, de pronto, ao conselho prático: "Vais outra vez ao lugar junto ao rio e voltas a chamar o Diabo, tomando a pedir-lhe ajuda para a travessia. E deixa o resto comigo". Assim foi feito. O desalmado chama, o cornudo aparece e, com assinalável espírito de colaboração e não menos louvável desinteresse - a'alma do outro já lá cantava -, satisfaz o pedido: a ponte salvadora reaparece. O homem começa a atravessá-la, mas, quando ia a meio, aparece na outra extremidade o frade magano, que rapa da água benta e asperge com largos gestos. Fica benzida a ponte, que permanece no sítio, esfuma-se o mafarrico e o penitente recupera a alma perdida. Consumava-se a vitória do Bem sobre o Mal, mas ficava, ainda, mais que contar.
Acrescenta a lenda que, radicado nas populações circunvizinhas o carácter sagrado da Ponte da Misarela, passou a ser hábito que, quando uma mulher não levava os filhos a cabo - ou seja, quando algo ia mal na gravidez -, se dirigisse à Ponte e debaixo dela pernoitasse, na expectativa de ajuda celeste para o seu problema. Na sequência da operação, estava estabelecido que a primeira pessoa que atravessasse a Ponte no dia seguinte teria que ser padrinho ou madrinha da criança, à qual seria posto o nome de Gervásio, se rapaz viesse ao mundo, ou de Senhorinha, se de rapariga se tratasse. E isto para que, por obra e graça do pré-baptismo, a mulher tivesse um bom sucesso na sua gravidez.
S. Bento da Porta Aberta
Espigueiros do Gerês
A Cabra-Montesa e o Lobo
Um estudo de 2002 estimava a população Ibérica de cabra-montesa em cerca de 50.000 indivíduos, distribuídos por cerca de 50 núcleos. O tamanho destes núcleos é bastante variável, existindo situações em que a densidade de animais é bastante elevada, e outros onde a extinção é, ou será a curto prazo, uma realidade. No entanto, e a nível geral, existe uma ligeira tendência para o aumento da população e para a dispersão para novos locais e mesmo para locais onde já existiu (como no caso Português).
Em Portugal, e até meados de
Em 1998 foram avistadas, de uma forma inesperada, algumas cabras no Gerês. Estes indivíduos são da subespécie C. p. victoriae, e resultam provavelmente, da dispersão de animais que foram translocados para a Galiza. Em 1992, 4 machos e 8 fêmeas foram translocados desde a Reserva Nacional de Gredos para o Parque Natural de “Invernadeiro” na Galiza. Em 1997 esta população já tinha 71 animais, e procedeu-se à translocação de 18 para o Parque Natural da Serra do “Xurés-Baixa Limia”.
Foi desta última população que escaparam alguns animais, que estavam em cercados, e que foram avistados na Serra Amarela e na Serra do Gerês.
LOBO
Em Portugal, não são muitos os sítios onde podem ser encontrados lobos em liberdade. O Nordeste Transmontano talvez seja o local onde mais facilmente poderá ter um encontro com estes belos animais. Também é possível encontrar alguns lobos no Parque Nacional da Peneda Gerês e no Distrito da Guarda, na Serra de Leomil, embora se pense que poderão apenas existir aqui uma ou duas alcateias. Contudo, em Portugal os lobos estão a atravessar uma fase de declínio e a sua sobrevivência está ameaçada. Este declínio começou com uma caça intensa a esta espécie, e nos últimos anos, tendo a caça sido proibida, surgiram os envenenamentos. Outro factor importante tem sido o facto de cada vez haver menos cervídeos em liberdade e essa era a sua maior fonte de alimento. Os fogos florestais vão reduzindo o território e o número de presas, e os lobos passam então a ter de se alimentar de gado, sobretudo ovelhas, provocando enormes prejuízos aos pastores, que vêm assim os seus rebanhos dizimados. Apesar de estar contemplado que esses serão monetariamente recompensados pelos danos, o facto de os pagamentos demorarem muito tempo leva a que alguns achem que a única solução é acabar com os lobos nas suas zonas de pasto. Pensa-se que, em território português, pode haver cerca de 200 lobos, talvez um pouco mais.Marina de Rio Caldo
A Albufeira da Caniçada dispõe de serviços e condições atractivas para a prática de um conjunto de actividades náuticas. A embarcação “Rio Caldo” é um barco de recreio que dispõe de 46 lugares sentados, navega todo o ano pelos 689ha de espelho de água, num passeio de 1.30 horas, numa vertente turística e pedagógica.
O Centro Náutico e a Marina de Rio Caldo são estruturas turísticas muito procuradas, quer pela sua beleza paisagística, quer pelas excelentes condições de prática desportiva que oferece. A Marina de Rio Caldo proporciona actividades desportivas aos visitantes e turistas, promovidas na albufeira da Caniçada pelas empresas de Animação Turística locais, acrescentando mais-valias na oferta turística. As empresas de animação turística, por sua vez, disponibilizam programas, equipamentos e serviços para a prática de desportos náuticos a funcionar todo o ano.
Artesanato do Gerês
Artesanato e Produtos Naturais na região do Gerês predomina o artesanato à base do linho, como uma toalha de agua-nas -mãos e os bordados, com destaque o lenço dos namorados, verdadeiras obras de arte e carinhos saídos das mãos dos artesãos como é o caso do centro de Artesanato Pedras Brancas em Couvide, Brufe e Cibões e os trabalhos em Madeira no Gerês. Como produtos locais evidênciam-se o chá do Gerês nas diversas variedades e o mel da Serra do Gerês. Associação Pedras Brancas A associação dispões de um posto de vendas onde pode encontrar peças variadas em linho, réplicas de peças antigas, artesanato em madeira, arranjos florais, produtos em vime, produtos em barro, diversas peças de tecelagem em tirela, lã, etc. Artesanato do Gerês Brinquedos, barcos, espigueiros, tabuleiros, aproveitam a madeira como matéria prima. Os brinquedos pintados em cores fortes e que recordam a infância à antiga; a contrução de miniaturas de barcos à escala dos materiais de adorno a relembrar a época dos descobrimentos. Na sua forma mais genuína, as actividades artesanais faziam parte do quotidiano do meio rural. Isoladas, as populações serranas tinham de suprir todas as suas necessidades mais imediatas, socorrendo-se dos recursos locais e do seu engenho. Cestaria era uma actividade tradicional bastante implantada que servia de suporte financeiro a inúmeras famílias. Divide-se em cestaria tradicional e de junco, com a produção de vestuário para proteger os pastores do frio e da chuva.