Marina de Rio Caldo

Marina de Rio Caldo, Albufeira da Barragem da CaniçadaJunto à margem da albufeira, fica a Marina de Rio Caldo, de onde parte a embarcação Geira 2000 que realiza passeios pela albufeira, local propício ao lazer e à prática de desportos náuticos, muito procurado pelos veraneantes.

A Albufeira da Caniçada dispõe de serviços e condições atractivas para a prática de um conjunto de actividades náuticas. A embarcação “Rio Caldo” é um barco de recreio que dispõe de 46 lugares sentados, navega todo o ano pelos 689ha de espelho de água, num passeio de 1.30 horas, numa vertente turística e pedagógica.

O Centro Náutico e a Marina de Rio Caldo são estruturas turísticas muito procuradas, quer pela sua beleza paisagística, quer pelas excelentes condições de prática desportiva que oferece. A Marina de Rio Caldo proporciona actividades desportivas aos visitantes e turistas, promovidas na albufeira da Caniçada pelas empresas de Animação Turística locais, acrescentando mais-valias na oferta turística. As empresas de animação turística, por sua vez, disponibilizam programas, equipamentos e serviços para a prática de desportos náuticos a funcionar todo o ano.

Artesanato do Gerês

Artesanato e Produtos Naturais na região do Gerês predomina o artesanato à base do linho, como uma toalha de agua-nas -mãos e os bordados, com destaque o lenço dos namorados, verdadeiras obras de arte e carinhos saídos das mãos dos artesãos como é o caso do centro de Artesanato Pedras Brancas em Couvide, Brufe e Cibões e os trabalhos em Madeira no Gerês. Como produtos locais evidênciam-se o chá do Gerês nas diversas variedades e o mel da Serra do Gerês. Associação Pedras Brancas A associação dispões de um posto de vendas onde pode encontrar peças variadas em linho, réplicas de peças antigas, artesanato em madeira, arranjos florais, produtos em vime, produtos em barro, diversas peças de tecelagem em tirela, lã, etc. Artesanato do Gerês Brinquedos, barcos, espigueiros, tabuleiros, aproveitam a madeira como matéria prima. Os brinquedos pintados em cores fortes e que recordam a infância à antiga; a contrução de miniaturas de barcos à escala dos materiais de adorno a relembrar a época dos descobrimentos. Na sua forma mais genuína, as actividades artesanais faziam parte do quotidiano do meio rural. Isoladas, as populações serranas tinham de suprir todas as suas necessidades mais imediatas, socorrendo-se dos recursos locais e do seu engenho. Cestaria era uma actividade tradicional bastante implantada que servia de suporte financeiro a inúmeras famílias. Divide-se em cestaria tradicional e de junco, com a produção de vestuário para proteger os pastores do frio e da chuva.

A sua técnica reverte-se para a colagem das «tiras» (nome atribuído à madeira cortada e tratada), umas na vertical e outras na horizontal, em quantidade variável e de acordo com o artigo pretendido. Estes produtos são feitos com madeira de mimosa, salgueiro, amieiro, freixo, carvalho e castanheiro. Esta actividade tem vindo a desaparecer, devido à concorrência dos plásticos, mas ainda subsiste em regiões onde o artesão foi capaz de se adaptar às novas circunstâncias, passando a ter uma função essencialmente decorativa. O cesteiro fazia todo o tipo de cestas e cestos necessários às várias tarefas agrícolas e do quotidiano: o canastro, o cesto vindimeiro, a cesta da feira, etc. Nas freguesias de Ermida, Germil e Entre-Ambos-os-Rios, surge um cesto de forma única: quadrado do fundo até meia-altura, alarga-se depois, tomando uma forma arredondada. Quanto à cestaria de junco, os seus principais produtos são a croça (capa colocada sobre os ombros), o croço (croça sem capucho) e o corucho (protecção para a cabeça). Estes produtos faziam parte do vestuário das zonas serranas, visto que constituíam uma protecção eficaz para o frio e a chuva. Em quase todas as povoações, existia um artesão mais habilidoso que fornecia os vizinhos. Também estas peças perderam a sua função original, ganhando actualmente uma função decorativa. Tecelagem em linhoTambém conhecida por tecelagem tradicional, possui características próprias, utilizando um tear manual. Tecelagem em lã numa paisagem agreste e de altitude, com um coberto vegetal pobre, a criação de gado ovino e caprino surge naturalmente. A ovelha e a cabra não só asseguravam um rendimento mais ou menos seguro, pela venda de crias, como abasteciam as famílias de leite e carne. Mas numa região de invernos rigorosos e de actividades económicas que obrigavam a percorrer os cumes das serras com vento, chuva e neve, a ovelha fornecia ainda uma importante matéria-prima: a lã. Torcendo a lã Pisoada (batida num engenho de forma a tornar-se mais resistente e maleável) ou apenas tecida, a lã dava resposta a quase todas as necessidades de vestuário da população: capas, calças, meias, calções, gorros, mantas, cobertores, etc. Desvalorizadas por alguns, dada a sua rusticidade, a verdade é que estas peças são manufacturadas com uma lã pura e segundo técnicas tradicionais. Tamancaria Os «tamancos», «socos» ou «chancas» eram o calçado tradicional de quem habitava nas zonas rurais, particularmente nas aldeias minhotas. Os tamancos podem ser abertos ou fechados, divergindo no tamanho ou feitio. Hoje em dia, ainda são objectos utilitários, mas a sua função é cada vez mais decorativa. Um exemplo disso mesmo são os tamancos em miniatura ou mesmo com um tipo de tamanco aberto que serve de suporte para as garrafas. Bordados nesta actividade são utilizadas matérias já produzidos ou em produção, ou seja, existe uma complementaridade entre as actividades artesanais. Qualquer artigo pode ser concluído com um pequeno bordado. Noutros casos, o bordado é executado em tecidos que não sofreram qualquer tipo de actividade artesanal anteriormente. Rocas nos dias de hoje, as Rocas assumem uma função essencialmente decorativa. Trata-se de um instrumento necessário para a fiação do linho, uma das matérias primas utilizadas na tecelagem.

Fauna e Flora Parque Peneda-Gerês

Quanto à fauna, o Gerês é a região do País mais rica em caça grossa, apesar de ter sido extinta, pela maléfica acção do homem, a cabra selvagem. Além de javalis e de lobos, a serra tem veados, texugos, lontras, martas, tourões, etc. A águia-real, apesar de rara, persiste na vigilância das alturas do Gerês. Como também subsiste a perdiz-cinzenta, que é uma espécie pouco comum. À fauna selvagem há, porém, que acrescentar duas espécies domésticas de elevado valor: o cão de Castro Laboreiro e o boi-barrosão. Nativo da serra do Soajo e do planalto de Castro Laboreiro, o cão de Castro Laboreiro é um animal de aspecto rude e bravo, que outrora era utilizado na caça grossa. Apesar de manso e fiel guardador, ainda hoje multa gente o considera aparentado ao lobo, ideia que é reforçada pelo facto de este cão sorver a água em vez de a lamber. Flora P.N. Peneda-Gerês nesta região montanhosa, a orientação diversificada do relevo, as variações bruscas de altitude, o entrelaçar das influências dos climas atlântico, mediterrânico e continental dão origem a uma infinidade de microclimas. Estes, associados à constituição essencialmente granítica do solo, criam características particulares, donde resultam aspectos botânicos muito especiais, que conferem ao Parque Nacional da Peneda do Gerês um lugar de primazia em relação à de mais flora portuguesa. Assim, nas encostas dos vales mais quentes e abrigados aparecem, entre outras, o Sobreiro, o Medronheiro, o Azereiro, o Feto do Gerês, o Feto Real e a Uva do Monte. Nas zonas onde se sente mais a influência do clima atlântico e em altitude existe uma clara predominância do Carvalho. O Carvalho (região do Gerês) Nas zonas onde se sente mais a influência do clima atlântico e em altitudes que podem ir até aos 800 -1000 metros surgem as matas de Carvalho Comum, que se associa muitas vezes ao Azevinheiro. Este podendo subir até aos 1300 metros, toma por vezes porte arbóreo e constitui nalguns casos, por si só, verdadeiras matas. Acima dos 900 metros o Carvalho Comum cede o lugar ao Carvalho Negral, ocorrendo também o Vidoeiro, espécie já característica da zona euro-siberiana, tal como o Pinheiro de Casquinha e o Teixo, localizados em altitude, nos vales mais húmidos e abrigados e representando restos de uma flora pós-glaciar. O Garrano (região do Gerês)Animal forte, «de rija têmpera, sóbrio, muito cioso e rufão por índole», o garrano tem por habitat principal o vale do Gerês a norte da povoação do mesmo nome, alimentando-se de grande variedade de vegetais, desde ervas até plantas arbustivas e arbóreas. Apesar dos sucessivos cruzamentos que suportou ao longo dos séculos, o garrano é provavelmente um representante longínquo da fauna glacial do fim do Paleolítico.

Termas do Gerês

Termas do Gerês do contexto histórico da origem das Termas do Gerês predomina um vasto acervo documental que o retrata com exactidão. E, aqui, importa referir que as Termas do Gerês vêem a sua projecção a nível nacional, aquando da visita do Rei D. Luís I e da sua comitiva, às Caldas e à serra do Gerês.Mais recentemente, a empresa Hoteleira do Gerês ao investir na recuperação dos seus hotéis, assim como a própria Empresa das Águas, com o contributo da autarquia local ao nível de planeamento organizacional e implementação de infra-estruturas e, ainda, do PNPG, tomaram as Caldas do Gerês num espaço turístico, reunindo condições e capacidades de se classificar de zona turística por eminência, manifestado na procura crescente do novo "Turismo de Saúde".As Termas do Gerês são medicinais e recomendadas para o tratamento de reumatismo e de doenças da vesícula e do fígado. As nascentes termais mais importantes são a Fonte Forte, com água a 42 ºC e a Fonte da Bica, com 42,5 ºC.Termas do Gerês situadas no coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês e rodeadas por lagos e montanhas, as termas do Gerês são das mais famosas do país, com uma envolvente paisagística de rara beleza,localizam-se à saída da vila e estão instaladas num belo edifício que recentemente sofreu remodelações.Nas Termas do Gerês existem os diversos tratamentos disponiveis tais como :Duche escocês, Banho local, Ultra-sons, Pressoterapia, Ingestão de águas, Duche circular, Enteroclíse, Infravermelhos, Massagem facial, Diatermia - ondas curtas, Massagem manual, Nebulização, Banho de imersão com Bolha de ar, Sauna.Termas do Gerês programa de dois ou seis dias para beneficiar de tratamentos anti-stress erelaxantes.• Contacto: Termas do Gerês, tel. 253 391 113, http://www.aguasdogeres.pt/; Hotel Águas do Gerês, tel. 253 390 190.•

Chá do Gerês

Conta a lenda que a árvore do chá foi descoberta, no ano 2737 a.C., por acaso, quando o imperador chinês Shên Nung, mais conhecido como o “Curandeiro divino”, dava um passeio pelas suas propriedades.

O imperador pediu a determinada altura que os seus servidores lhe fervessem um pouco de água enquanto descansava à sombra de uma árvore. Foi precisamente dessa árvore que uma folha se soltou e caiu dentro da taça de água fervida. Sem reparar, o Imperador bebeu, sendo dessa forma que nasceu a primeira chávena de chá. Terá sido este imperador que criou a medicina natural ou ervanária, testando ele próprio uma enorme variedades de bebidas medicinais à base do chá.As virtudes medicinais do chá são de conhecimento milenar, especialmente pelo seu efeito estimulante. Mas hoje, a ciência está comprovando suas propriedades terapêuticas e cosméticas.

As virtudes do chá verde na prevenção do câncer vêm do fato de que ele é rico em bioflavonóides e catequinas, que são substâncias que bloqueiam as alterações celulares que dão origem aos tumores.Além de conter manganês, potássio, ácido fólico e as vitaminas C, K, B1 e B2, ajuda a prevenir doenças cardíacas e circulatórias por conter boa dose de tanino: o consumo diário desse chá diminui as taxas do LDL (colesterol que faz mal à saúde) e fortalece as artérias e veias. Mas as boas notícias não acabam aí: está comprovado que o chá verde acelera o metabolismo e ajuda a queimar gordura corporal. Quem parece ter entrado com tudo na disputa é o chá branco, colocando em cheque a longa soberania do chá verde. Conhecido por possuir as mesmas características que seu concorrente, o chá branco vem ganhando maior fama por ser feito com folhas mais jovens, o que significa mais nutrientes potencialmente ativos. Sua extração vem da erva Camellia Sinesis, a mesma do chá verde e chá preto. Porém, o branco é colhido apenas uma vez por ano e é composto por brotos e flores das plantas. E essa diferença na hora da colheita da erva muda o sabor do chá que, diferentemente do chá verde, possui um gosto mais doce e suave.Quanto aos benefícios, os concorrentes se mantêm na mesma linha. São capazes de retardar o processo de envelhecimento, abaixar os índices de colesterol, acelerar o metabolismo e, ainda, queimar a gordura corporal.

Chá de Alecrim - calmante, estômago, asma e memória Chá de barbas de Milho - Inflamações na bexiga Chá de Camomila - Cólicas abdominais, constipações, dores de cabeça e dores de ouvido Chá de Carqueja - Hipertensão, constipações, tosse, bronquite, diabetes, rins e bexiga Chá de Cavalinha - Artroses, dores vasculares, queda de cabelo, celulite, tendinites, osteoporose e bexiga Chá Verde - Má circulação, cérebro, doenças cardiovasculares e anti-canceroso Chá de Cidreira - Dores de cabeça e estimulante digestivo. Chá de dente de leão - Diabetes, hepatite, reumatismo, gota e tuberculose pulmonar Chá de Erva Príncipe - Estômago, nevralgias, gases intestinais e estimulante Chá Fel da Terra - Diabetes Chá de Flor de Laranjeira - Indigestões, vómitos e tosse nervosa Chá de Freixo - Colesterol, acido úrico, má circulação e reumatismo Chá de Funcho - Dores abdominais, celulite e gases intestinais Chá de Giesta Branca: Diabetes e infecções urinarias

Bordados do Gerês

-Bainhas Abertas-

As bainhas abertas constituem um trabalho em que, previamente, se retiram fios ao tecido, só se retiram os fios numa dada direcção, paralela ao correr do trabalho e do modo como este se desenvolve. Quem faz bainhas abertas geralmente especializa-se neste tipo de trabalhos. Embora muitas bordadeiras tenham aprendido a bordar outros pontos, quando se dedicam às bainhas abertas, dificilmente deixam de as fazer. Como o nome indica, durante muito tempo, as bainhas constituíam uma técnica que, sobretudo, valorizavam os acabamentos de toalhas e lençóis, embora desde sempre, tenham sido usadas num contexto decorativo mais amplo, como por exemplo a definir centros de mesa. Por outro lado, as bainhas abertas tornam-se especialmente apropriadas em peças como cortinas ou cortinados, pois jogam numa transparência que, no entanto, é mais aparente que real.Os trabalhos de fios puxados, não são tão finos nem tão parecidos com renda como os do bordado de fios agrupados.

Esse tipo de bordado rendado é feito desfiando-se o tecido de fundo, a seguir prendendo em grupos os fios restantes através de pontos de bordado para obter padrões regulares. É conhecido também como "tecelagem de agulha" porque seus principais padrões são feitos introduzindo-se a agulha por cima e por baixo dos fios do tecido, preenchendo-se o espaço deixado pelos fios tirados e substituindo-se o tecido original por um novo. É utilizado para enfeitar lençóis, fronha, colchas, toalhas de mesa, panos de adorno, guardanapos e cortinas. Serve também para bainhas decorativas em roupas.
Embora o bordado de fios puxados seja, amiúde, feito com linha branca sobre tecido branco, nada impede de utilizar fios ou tecidos coloridos para se obter contraste. -Ponto Cruz-

O ponto cruz vem de épocas muito antigas... Aproximadamente 500 DC. Espalhou-se pela Europa, Ásia e Estados Unidos, principalmente na Inglaterra, onde foram encontrados os primeiros trabalhos, em 1598. Naquele tempo, o ponto cruz era para as mulheres a única escola que lhes permitiu aprender junto a técnica dessa delicada arte: Letras do alfabeto, borboletas, flores, casas, bordas floridas e as famosas amostras (samplers - na língua Inglesa). Nos motivos, apareciam a assinatura de quem realizava o trabalho, a data e as vezes a idade da bordadeira. Desde a Idade Média até os dias actuais o prestígio do ponto cruz nunca diminuiu. Os motivos ganharam novas inspirações e muita vitalidade, levando os trabalhos às possibilidades de enriquecer a decoração, dar ares a criatividade e também valorizar a habilidade manual. A técnica para fazer o ponto cruz é simples e proporciona uma actividade relaxante, que não sobrecarrega a mente. Enquanto trabalhamos com o ponto cruz podemos ouvir música, conversar, etc. É possível interromper um trabalho e retorná-lo após meses, com o mesmo prazer de antes.
-Lenço dos Namorados-

O « Lenço de Namorados»: da fidelidade ás desavenças A origem dos “lenços de namorados” e os designados “lenços de pedidos” pensa-se que esteja nos lenços senhoris do século XVII e XVIII, e que foram adaptados pelas mulheres do povo com o fim de conquistar o seu namorado. Antes de tudo, estes lenços faziam parte integrante do trajo feminino e tinham uma função fundamentalmente decorativa. Eram lenços geralmente de linho ou algodão, bordados segundo o gosto da bordadeira. Mas não é enquanto parte integrante do trajo feminino que interessa o seu estudo, mas a sua outra função, não menos importante, e da qual lhe vem o nome: a conquista do namorado. A moça quando estava próximo da idade de casar confeccionava o seu lenço bordado a partir de um pano de linho fino que por ventura possuía ou dum lenço de algodão que adquiria na feira, dos chamados lenços da tropa. Para realizar esta obra, a rapariga utilizava os conhecimentos que possuía sobre o ponto cruz, adquiridos na infância, aquando da confecção do seu marcador ou mapa. Depois de bordado, o lenço ia ter às mãos do “namorado” ou “conversado” e era em conformidade com a atitude deste de usar publicamente o lenço ou não que se decidia o início duma ligação amorosa.

LENÇOS SIMBÓLICOS Os lenços carregam consigo, por isso, os sentimentos amorosos duma rapariga em idade de casar, revelados através de variados símbolos amorosos como a fidelidade, a dedicação, a amizade e outros. Eram originalmente feitos em ponto cruz, e por ser trabalhoso, obrigava a bordadeira a passar, durante muitas semanas e mesmo durante meses, de serões na sua confecção. Com a escassez de tempo da vida moderna, a mulher deixou de ter tanto tempo para a confecção destes lenços, o ritmo da vida tornou-se mais intenso e a mulher teve de solucionar este problema adoptando no bordado outros pontos mais fáceis de bordar. Com esta alteração outras se impuseram no trabalho decorativo dos lenços de namorados; o vermelho e o preto inicial vão dar origem a uma grande quantidade de outras cores e com elas novos motivos decorativos se impuseram. Os lenços não deixaram, porém, de serem ainda mais expressivos, acompanhados muitas vezes de quadras de gosto popular dedicados àqueles a quem eram dirigidos: o amado.
TROCA DE PALAVRAS Outras vezes eles eram motivo duma simples brincadeira ou troca de palavras. Nas festas os rapazes tiravam os lenços das raparigas simulando uma ligação amorosa. Quando o rapaz já tinha namorada o facto de simular uma ligação com outra ao roubar-lhe o lenço era muitas vezes motivo de desavença entre a sua namorada e aquela a quem o lenço tinha sido roubado. Os lenços são no seu formato, geralmente quadrados com cerca de 50 a 60 centímetros de lado. O lenço no rapaz, para além de ser usado por cima do casaco domingueiro, podia também ser usado na aba do chapéu ou até mesmo na ponta do pau que era costume o rapaz trazer consigo. Caso a rapariga não fosse correspondida o lenço voltaria ás suas mãos. Se o namorado trocasse de parceira, fazia chegar à sua antiga pretendida o lenço, fazendo-o acompanhar de todos os objectos que ela possuía, fotografias e cartas. Do mais “clássico” ao mais “barroco” na exibição decorativa, em todos os lenços está presente a temática amorosa. Uma ideologia, uma religião e uma paixão ardente, é o que defendem estes lenços, no fundo uma maneira de sentir a vida, talvez recriá-la mesmo inconscientemente.

Granito

Os granitos em Portugal abundam na região Norte e Centro.O granito resulta da solidificação do magma a grandes profundidades (rocha magmática plutónica). As rochas que o envolvem, impedindo a libertação do calor, não permitem um rápido arrefecimento do magma, retardando a sua solidificação. Desta forma, os minerais que o constituem têm o tempo necessário para se desenvolver, apresentando-se assim, esta rocha, com uma textura granular em que os minerais constituintes são bem visíveis e identificáveis: o quartzo, os feldspatos (ortoclase, sanidina e microclina) e as micas (biotite e moscovite). O Granito é das rochas ígnias mais abundantes em Portugal estendendo-se pela parte central do País. Desde sempre, o granito foi utilizado em especial na construção e habitações, cobertura de pavimentos, etc... Estas peças e granito tinham contra si o facto de apresentarem suprefícies rogosas pouco agradáveis ao tacto. O advendo da moderna tecnologia permitiu serrar o granito em suprefícies lisas e sobre tudo polidas abrindo assim ao granito uma nova era, passando este a figurar entre as pedras ornamentais e competir com os próprios mármores, dada a sua resistência ao choque, ao seu brilho e risco. Junto à aldeia da Castanheira (freguesia de Albergaria da Serra- 146 habitantes), no limite sul do concelho, ocorre aquele que é, o mais conhecido fenómeno geológico da Arouca, as pedras parideiras. Trata-se de um pequeno (1000 x 600 m) afloramento de granito com abundantes nódulos discóides e biconvexos de biotite, que se libertam da rocha-mãe por termoclastia, acumulando-se no solo. Os nódulos, de 1 a 12 cm de diâmetro, tem a mesma composição mineralógica do granito, pois embora constituídos exteriormente apenas por biotite, possuem um núcleo de quartzo e feldspato potássico.Este tipo de granito é único em Portugal e raro no mundo. O granito da Castanheira é considerado uma "anomalia" do granito da Serra da Freita. Em Portugal é possível encontrar uma diversidade de paisagens cuja beleza natural foi sendo moldada, ao longo do tempo, pelos diferentes tipos de rocha que constituem cada um dos recantos do país.Nas regiões graníticas, como é o caso da Serra da Peneda-Gerês ou da Serra da Estrela, sobressaem os caos de blocos, formações resultantes da meteorização ao longo dos planos das fissuras da rocha. Estas fissuras, provocadas por redes de diaclases, favorecem a circulação de águas de infiltração, que vão arredondando e arenizando progressivamente estes blocos.Também as bolas graníticas e as pedras bolideiras têm origem no mesmo processo de meteorização, constituindo por vezes ex-libris turísticos das paisagens em que se inserem.

Descobrir o Gerês e arredores

GERÊS Vale a pena ir ao Gerês. A pouco mais de 40 quilómetros de Braga, no Alto Noroeste de Portugal, é um dos locais mais bonitos do país. As suas paisagens, sempre com a Albufeira da Caniçada como pano de fundo, merecem por si só um visita. São perto de 72.000 hectares ao alcance do espírito aventureiro de alguns, mas impossíveis de descobrir num fim-de-semana, muito menos dentro de um carro. Para quem visita o Parque Natural é obrigatório ir à Cascata do Arado,Pedra Bela,Mata da Albergaria, uma zona envolvente à estrada que liga a vila do Gerês à Portela do Homem.Minas dos Carris, não sem antes passar ao lado das Minas do Borrageiro. De fortes raízes comunitárias, o Castro da Calcedónia que os romanos fortificaram, a via militar que ligaria Braga a Astorga, a "multidão" de marcos miliários, o forno do povo, as eiras, os espigueiros e as alminhas do Canhoto, far-nos-ão recordar sempre esta região de contrastes na entrada do Parque Nacional da Peneda-Gerês.E continuando, agora para a aldeia de Chamoim, encontramos a Igreja Matriz de duas torres, dedicada ao apóstolo Santiago Peregrino.Depois, vem Chorense e a Geira (milha XVI). E logo a seguir Covide, S. João do Campo (local onde decorrem as escavações arqueológicas realizadas pelo PNPG, com vista à descoberta de uma antiga Vila Romana, possivelmente uma "Pausata" - pousada ou albergaria); barragem de Vilarinho das Furnas, memória já "afundada" de uma vila comunitária sacrificada ao progresso; a Geira Romana com os seus marcos miliários, a mata da albergaria, Ponte feia, Mata de S. Miguel e Portela do Homem.

Trilho da Cidade da Calcedónia

Percurso interpretativo Cultural e Paisagístico





O trilho Cidade Calcedónia permite uma visita ao povoado fortificado
da idade do Ferro, designado Calcedónia.
Presumivelmente de ocupacao romana, este local emblemático, cujo
topónimo foi criado pela efabulacao erudita de alguns sábios do séc. XVI,
indica uma origem clássica fundada pelos argonautas.
Este percurso, de âmbito Histórico e paísagistico, desenvolve-se no
território da freguesia de Covide e apresenta um repertório histórico-
-cultural distinto, pelas suas tradicoes comunitárias e vestígios arqueológicos.


É um trilho pedestre de pequena rota que apresenta um tracado circular com uma distância real de 7 Km, um tempo médio previsto de 4 horas e constitui-se por tracados declivosos que o tornam de elevada dificuldade, por isso deve ser percorrido num passo de forma a facultar ao pedestrianista a plena fruicao, o contacto ambiental e, mais importante, a reflexao sobre este mundo de estruturas culturais e vivências milenares que , hoje, facilmente tendem a se esgotar.

Geologia e Geomorfologia

O território onde se localiza o trilho "Cidade da Calcedónia" é dominado pelo granito do Gerês, que apresenta uma textura constituída por grao médio a grosseiro.
Ao longo do trilho, o granito evidencia numerosos sistemas de fracturacao e, localmente, podem observar-se estruturas filoneanas ou simplesmente filoes, que apresentam orientacoes preferenciais nordeste-sudoeste e noroeste-sudeste, essencialmente quartzosos.
A geomorfologia é influenciada pelo ambiente granítico da regiao, com extensos e profundos vales, intercalados pelas cristas montanhosas, que resultam de interacoes entre os macicos rochosos e os agentes geomodeladores externos.
Houve, portanto, uma evidente evolucao geomorfológica, influenciada pela existencia de falhas geológicas e pelos sistemas de fracturacao graníticos.
Esta evolucao manifesta-se através dos blocos - os "Monte-ilha" -, os blocos isolados e pedunculados que contribuem para o embelezamento da paisagem, considerados verdadeiros geo-monumentos.

Fauna


Ao longo do trilho observam-se, com alguma facilidade, os anfibios, os répteis, as aves e o gado nos seus habitats naturais.
Dos anfíbios destacam-se a ra-ibérica, o sapo-parteiro, o sapo-comum ou mesmo o sapo-corredor, a salamanda-de-pintas-amarelas, o tritao-de-ventre-laranja que podem ser observados, de acordo com a época do ano, em locais de grande humidade.
Os répteis, nesta zona, têm como local privilegiados os esconderijos das pedras, devido à grande exposicao dos raios solares.
O sardao, a lagartixa-de-Bocage e o lagarto-d'água sao espécies fáceis de se avistar.
Quanto às aves podem ser observadas várias espécies, tais como, as aves de rapina, como a águia de asa redonda, o falcao peregrino e o peneireiro-vulgar, assim como pequenas aves com destaque para o cartaxo-comum, a felosa-do-mato, o pintarroxo, o rabiruivo, a cotovia-de-poupa ou a andorinha-das-rochas.
As cavidades formadas pelos amontoados graníticos sao propícias para abrigar morcegos.
Estes locais sao ainda frequentados pelo lobo, gineta, coelho, entre muitos outros.


Flora


A flora da área envolvente do trilho apresenta-se com grande variedade, expressa por espécies isoladas ou em pequenas manchas.
A coexistência desta variedade compoê uma paisagem atractiva.
No estrato arbóreo, à medida que a altitude aumenta, a vegetacao passa a exprimir-se através de exemplares isolados de pinheiros e carvalhos.
Mas, nas chas e nos locais mais húmidos a paisagem revela uma forte presenca do pilriteiro.
No sítio da Fraga da Calcedónia e espaco envolvente, os carvalhos e a pereira-brava marcam uma presenca sadia na paisagem serrana.
O estrato arbustivo e herbáceo caracteriza-se de um modo diverso e com elevado valor florístico realcando-se a urze-erica, o tojo-arnal, o tojo-molar, a torga, a violeta, o tomilho, a dedaleira, entre outras.
Por vezes nas áreas ardidas e devido à pratica pastoricia, a vegetacao mais característica desta paisagem sao a abrótega e o feto-comum.

Trilho do Castelo

Percurso Interpretativo Cultural e Paisagístico

O Trilho de Castelo - o Castelo de Bouro ou de Covide - estende-se pelas chas e cumeadas da
memorável e histórica serra de Santa Isabel.
O seu percurso, de 16.376 metros, atinge uma cota altimétrica de 990 metros e percorre-se
com dificuldade média, por veredas singulares, ladeadas pelos macicos montanhosos da Amarela
e do Gerês.
Ao longo do seu tracado apresentam-se, notalvemente, as modalidades de organizacao de paisagem natural e construída, oriundas da época medieval.
Nao é de estranhar o embate natural com que tudo aparece no seu lugar.
Aqui o Homem ainda nao desfez!
O Trilho do Castelo abrange o território de três freguesias: Sta. Isabel, Chamoim e Covide.
O seu tracado apresenta dois pontos de inicio:
1. Igreja de Sta. Isabel do Monte até ao Monte do Castelo;
2. Lugar do Calvário, em Covide, até ao Monte do Castelo;
Desta forma, o pedestrianista ou visitante tem duas opcoes para calcorrear o Trilho do Castelo:
a primeira, mais longa, possiblita um contacto directo com a riqueza arquitectónica rural, com a comunidade e tradicao agro-silvo-pastoril da freguesia de Sta. Isabel e a segunda, mais curta, poderá contemplar a natureza paisagística e o Castelo de Covide.

Geologia e geomorfologia

A área envolvente do Trilho é percorrida por uma densa rede de rios, composta por um conjunto de afluentes e subafluentes que correm por vales encaixados, originários de uma rede de fracturacao.
O Trilho do Castelo evidencia aspectos geológicos e geomorfológicos muito característicos.
O Granito calco-alcalino de duas micas com predominância de biotite de grao grosseiro, representa a rocha dominante.
Dos granitos acorrem filoes quartzosos e rochas básicas que poderao ser observados ao longo do tracado em direccao ao Castelo.
A forte actuacao dos agentes atmosféricos está bem presente nesta regiao com os notáveis vestígios, tais como o granito alterado com a presenca de aspectos de arenizacao, o perfíl típico de formacao do solo e a presenca de pequenas "chaminés de fada".

Fauna

Ao longo do Trilho do Castelo as comunidades de animais poderao ser observadas na sua plenitude.
Na área extensa de Baldio e outras zonas de pasto avistam-se cabras, vacas e cavalos.
As pegadas, marcacao de território, vestígios de alimentacao e dejectos assinalam a presenca do esquilo, lobo e fuínha.
Nas zonas de humidade, charcos e cursos de água, encontram-se anfíbios; tritao-marmorado, tritao-de-ventre-laranja e ra-verde.
Os répteis, por sua vez, refugiam-se nos esconderijos rochosos e nos locais mais expostos aos raios solares.
O canto e o voo das aves permitem a sua visualizacao e identificacao, como o cuco, gaio, melro, águia-de-asa-redonda, chapim-real e o pica-pau-verde.

Flora

As aldeias coroam a mancha agrícola, marcando a separacao com a zona de bosque, de vegetacao espontânea dominada por carvalhais, com a predominância do carvalho-alvarino, referenciado pelo excelente estado de conservacao e proteccao da sua biodiversidade.
Observam-se espécies variadas desde o salgueiro-preto, a pereira-brava, o pinheiro-de-casquinha e o sabugueiro.
Na bordadura do tracado do Trilho há uma permanência constante de tojo-arnal, tojo-molar, torga e queiró.
As plantas aromáticas, como a macela, hipericao, hortela e o tomilho, sao observáveis em determinados locais, ao longo do trilho.
Na zona de Cha-da-Nave encontra-se uma depressao inundada, onde abundam criptogâmicas como os esfagnos.

Trilho dos Currais


Percurso interpretativo Cultural e Paisagístico



O Trilho dos Currais, inserido na temática "tradicoes comunitárias", percorre uma área de singular beleza natural da Serra do Gerês.
Percorre-se ao longo de três currais do Baldio de Vilar da Veiga: o Curral da Espinheira, o Curral da Carvalha das Éguas e o Curral da Lomba do Vidoeiro, constituindo um percurso de pequena rota (PR) cuja distância a percorrer é de 10 Km, sendo o grau de dificuldade médio a elevado.
Inserido no âmbito Cultural e Paisagístico, o Trilho dos Currais proporcionaum contacto directo com o espírito e tradicoes comunitáriaslocais, a partir da organizacao silvo-pastoril na forma de vezeira.
Esta prática comunitária, peculiar da Serra do Gerês, decorre de Maio a Setembro, sendo o gado bovino da comunidade encaminhado pelos caminhos carreteiros até à serra alta, onde se situam os currais.
Os vezeiros - proprietários do gado - acompanham durante dias ou semanas o gado, consoante o número de cabecas que possuem, transportando os utensílios para a alimentacao e estadis nas cabanas dos currais.
A manutencao destas estruturas comunitárias é assegurado anualmente.
Todos os anos, previamente à subida do gado para a serra, no dia dos cubais, os proprietários limpam os caminhos carreteiros, arranjam cabanas e as fontes.

Geologia e geomorfologia

A monotonia geológica materializa-se pelo granito do Gerês, muitas vezes interrompida por sistemas de filoes quartzosos, os quais, normalmente, apresentam uma orientacao aproximada de nordeste-sudoeste.
O aspecto geomorfológico geral da regiao caracterizaq-se pela existência de vertentes íngremes e linhas de água bem definidas, localizadas na encosta esquerda do vale do Rio Gerês.
A morfologia deste vale está relacionada com a existência da falha geológica que se prolonga entre o Gerês e o Lóbios.
Sobre essa falha actuaram agentes erosivos, ao longo de muitos milhoes de anos, dando origem a este pronunciado vale.

Fauna

Ao calcorrear este trilho de admiráveis paísagens naturais, observam-se os animais em pastoreio; as cabras, as vacas e os cavalos, as aves de rapina e outros animais selvagens.
As aves sao de fácil observacao e destacam-se na paisagem natural.
Desta espécie podem ser observadas a águia-de-asa-redondo, o falcao-peregrino, o peneireiro e a gralha-de-bico-vermelho.
Destaca-se, ainda, o corco, o lobo, o javali e o esquilo.
Devido aos seus hábitos mais esquivos, torna-se difícil a sua observacao, contudo deve dar-se atencao aos seus indícios - as pinhas roídas, os dejectos, as tocas, as pegadas, os vestígios de alimentacao -. que traduzem a sua presenca.

Flora

O Trilho dos Currais é rico em valores florísticos, quer ao nivel arbóreo, quer arbustico.
Na área envolvente do trilho estao representadas as espécies de resinosas: pinheiro silvestre, pinheiro bravo e o pinheiro negral.
Das folhosas destacam-se os carvalhos, o azevinho, o medronheiro, a pereira brava, o padreiro e o cornogodinho.
A sua composicao florística diversifica-se conforme a altitude e os microclimas.
À medida que se sobe em altitude as espécies de matos tornam-se dominantes.
Observam-se os tojais, a torga, carqueja e as urzes, encontrando-se em zonas de maiores altitudes, o Zimbro.