Garranos do Gerês

O Garrano é uma raça com origem em Portugal continental, mais concretamente nas serranias agrestes do Norte. Já no Paleolítico foram feitas pinturas rupestres, onde hoje se pode confirmar a existência de um cavalo com configuração e estatura muito semelhante ao actual Garrano, sem grandes alterações morfológicas. Talvez o facto de viver em liberdade tenha isolado esta espécie de outros cavalos, libertando-a de cruzamentos que poderiam ter alterado para sempre o seu futuro. Ainda hoje é possível avistar esta raça em liberdade, no Parque Nacional da Peneda Gerês, onde frequentemente passeiam, em total liberdade, ao sabor do melhor pasto ou de uma colina mais abrigada. Aos cavalos criados em cativeiro, foram essencialmente atribuídas tarefas ligadas à agricultura devido á sua grande resistência (suporta pesos até 100kg), embora também sirvam como cavalo de sela, sendo que este não é um papel que o Garrano assuma com muita convicção. O Garrano tem uma altura média de 1.30m e o seu peso aproxima-se dos 190kg, apresenta pêlo castanho e tem uma figura algo atarracada o que o distingue dos restantes cavalos como por exemplo o Lusitano. A raça garrana é uma das três raças de cavalos autóctones da Península Ibérica. A sua pequena estatura, membros robustos e curtos, perfil côncavo e pescoço grosso adornado por uma densa crina o Garrano é provavelmente um representante longínquo da fauna glacial do fim do paleolítico e representante do cavalo tipo Celta das regiões montanhosas do Nordeste Ibérico Hoje os exemplares que vivem ainda em estado selvagem são poucos e a raça está classificada como ameaçada Em liberdade a manada de Garranos é constituída por harém de fêmeas e um único macho adulto, que defenderá o seu grupo de qualquer intruso, seja ele outro cavalo ou mesmo um lobo que enfrentará para proteger o grupo. A sua grande concentração é hoje nas encostas mais inóspitas do parque Nacional da Peneda Gerês para deleite de todos nós quando com eles nos cruzamos nessas serranias.