Pesquisa personalizada

Trilho do Castelo

Percurso Interpretativo Cultural e Paisagístico

O Trilho de Castelo - o Castelo de Bouro ou de Covide - estende-se pelas chas e cumeadas da
memorável e histórica serra de Santa Isabel.
O seu percurso, de 16.376 metros, atinge uma cota altimétrica de 990 metros e percorre-se
com dificuldade média, por veredas singulares, ladeadas pelos macicos montanhosos da Amarela
e do Gerês.
Ao longo do seu tracado apresentam-se, notalvemente, as modalidades de organizacao de paisagem natural e construída, oriundas da época medieval.
Nao é de estranhar o embate natural com que tudo aparece no seu lugar.
Aqui o Homem ainda nao desfez!
O Trilho do Castelo abrange o território de três freguesias: Sta. Isabel, Chamoim e Covide.
O seu tracado apresenta dois pontos de inicio:
1. Igreja de Sta. Isabel do Monte até ao Monte do Castelo;
2. Lugar do Calvário, em Covide, até ao Monte do Castelo;
Desta forma, o pedestrianista ou visitante tem duas opcoes para calcorrear o Trilho do Castelo:
a primeira, mais longa, possiblita um contacto directo com a riqueza arquitectónica rural, com a comunidade e tradicao agro-silvo-pastoril da freguesia de Sta. Isabel e a segunda, mais curta, poderá contemplar a natureza paisagística e o Castelo de Covide.

Geologia e geomorfologia

A área envolvente do Trilho é percorrida por uma densa rede de rios, composta por um conjunto de afluentes e subafluentes que correm por vales encaixados, originários de uma rede de fracturacao.
O Trilho do Castelo evidencia aspectos geológicos e geomorfológicos muito característicos.
O Granito calco-alcalino de duas micas com predominância de biotite de grao grosseiro, representa a rocha dominante.
Dos granitos acorrem filoes quartzosos e rochas básicas que poderao ser observados ao longo do tracado em direccao ao Castelo.
A forte actuacao dos agentes atmosféricos está bem presente nesta regiao com os notáveis vestígios, tais como o granito alterado com a presenca de aspectos de arenizacao, o perfíl típico de formacao do solo e a presenca de pequenas "chaminés de fada".

Fauna

Ao longo do Trilho do Castelo as comunidades de animais poderao ser observadas na sua plenitude.
Na área extensa de Baldio e outras zonas de pasto avistam-se cabras, vacas e cavalos.
As pegadas, marcacao de território, vestígios de alimentacao e dejectos assinalam a presenca do esquilo, lobo e fuínha.
Nas zonas de humidade, charcos e cursos de água, encontram-se anfíbios; tritao-marmorado, tritao-de-ventre-laranja e ra-verde.
Os répteis, por sua vez, refugiam-se nos esconderijos rochosos e nos locais mais expostos aos raios solares.
O canto e o voo das aves permitem a sua visualizacao e identificacao, como o cuco, gaio, melro, águia-de-asa-redonda, chapim-real e o pica-pau-verde.

Flora

As aldeias coroam a mancha agrícola, marcando a separacao com a zona de bosque, de vegetacao espontânea dominada por carvalhais, com a predominância do carvalho-alvarino, referenciado pelo excelente estado de conservacao e proteccao da sua biodiversidade.
Observam-se espécies variadas desde o salgueiro-preto, a pereira-brava, o pinheiro-de-casquinha e o sabugueiro.
Na bordadura do tracado do Trilho há uma permanência constante de tojo-arnal, tojo-molar, torga e queiró.
As plantas aromáticas, como a macela, hipericao, hortela e o tomilho, sao observáveis em determinados locais, ao longo do trilho.
Na zona de Cha-da-Nave encontra-se uma depressao inundada, onde abundam criptogâmicas como os esfagnos.

Trilho dos Currais


Percurso interpretativo Cultural e Paisagístico



O Trilho dos Currais, inserido na temática "tradicoes comunitárias", percorre uma área de singular beleza natural da Serra do Gerês.
Percorre-se ao longo de três currais do Baldio de Vilar da Veiga: o Curral da Espinheira, o Curral da Carvalha das Éguas e o Curral da Lomba do Vidoeiro, constituindo um percurso de pequena rota (PR) cuja distância a percorrer é de 10 Km, sendo o grau de dificuldade médio a elevado.
Inserido no âmbito Cultural e Paisagístico, o Trilho dos Currais proporcionaum contacto directo com o espírito e tradicoes comunitáriaslocais, a partir da organizacao silvo-pastoril na forma de vezeira.
Esta prática comunitária, peculiar da Serra do Gerês, decorre de Maio a Setembro, sendo o gado bovino da comunidade encaminhado pelos caminhos carreteiros até à serra alta, onde se situam os currais.
Os vezeiros - proprietários do gado - acompanham durante dias ou semanas o gado, consoante o número de cabecas que possuem, transportando os utensílios para a alimentacao e estadis nas cabanas dos currais.
A manutencao destas estruturas comunitárias é assegurado anualmente.
Todos os anos, previamente à subida do gado para a serra, no dia dos cubais, os proprietários limpam os caminhos carreteiros, arranjam cabanas e as fontes.

Geologia e geomorfologia

A monotonia geológica materializa-se pelo granito do Gerês, muitas vezes interrompida por sistemas de filoes quartzosos, os quais, normalmente, apresentam uma orientacao aproximada de nordeste-sudoeste.
O aspecto geomorfológico geral da regiao caracterizaq-se pela existência de vertentes íngremes e linhas de água bem definidas, localizadas na encosta esquerda do vale do Rio Gerês.
A morfologia deste vale está relacionada com a existência da falha geológica que se prolonga entre o Gerês e o Lóbios.
Sobre essa falha actuaram agentes erosivos, ao longo de muitos milhoes de anos, dando origem a este pronunciado vale.

Fauna

Ao calcorrear este trilho de admiráveis paísagens naturais, observam-se os animais em pastoreio; as cabras, as vacas e os cavalos, as aves de rapina e outros animais selvagens.
As aves sao de fácil observacao e destacam-se na paisagem natural.
Desta espécie podem ser observadas a águia-de-asa-redondo, o falcao-peregrino, o peneireiro e a gralha-de-bico-vermelho.
Destaca-se, ainda, o corco, o lobo, o javali e o esquilo.
Devido aos seus hábitos mais esquivos, torna-se difícil a sua observacao, contudo deve dar-se atencao aos seus indícios - as pinhas roídas, os dejectos, as tocas, as pegadas, os vestígios de alimentacao -. que traduzem a sua presenca.

Flora

O Trilho dos Currais é rico em valores florísticos, quer ao nivel arbóreo, quer arbustico.
Na área envolvente do trilho estao representadas as espécies de resinosas: pinheiro silvestre, pinheiro bravo e o pinheiro negral.
Das folhosas destacam-se os carvalhos, o azevinho, o medronheiro, a pereira brava, o padreiro e o cornogodinho.
A sua composicao florística diversifica-se conforme a altitude e os microclimas.
À medida que se sobe em altitude as espécies de matos tornam-se dominantes.
Observam-se os tojais, a torga, carqueja e as urzes, encontrando-se em zonas de maiores altitudes, o Zimbro.