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Descobrir o Gerês e arredores

GERÊS Vale a pena ir ao Gerês. A pouco mais de 40 quilómetros de Braga, no Alto Noroeste de Portugal, é um dos locais mais bonitos do país. As suas paisagens, sempre com a Albufeira da Caniçada como pano de fundo, merecem por si só um visita. São perto de 72.000 hectares ao alcance do espírito aventureiro de alguns, mas impossíveis de descobrir num fim-de-semana, muito menos dentro de um carro. Para quem visita o Parque Natural é obrigatório ir à Cascata do Arado,Pedra Bela,Mata da Albergaria, uma zona envolvente à estrada que liga a vila do Gerês à Portela do Homem.Minas dos Carris, não sem antes passar ao lado das Minas do Borrageiro. De fortes raízes comunitárias, o Castro da Calcedónia que os romanos fortificaram, a via militar que ligaria Braga a Astorga, a "multidão" de marcos miliários, o forno do povo, as eiras, os espigueiros e as alminhas do Canhoto, far-nos-ão recordar sempre esta região de contrastes na entrada do Parque Nacional da Peneda-Gerês.E continuando, agora para a aldeia de Chamoim, encontramos a Igreja Matriz de duas torres, dedicada ao apóstolo Santiago Peregrino.Depois, vem Chorense e a Geira (milha XVI). E logo a seguir Covide, S. João do Campo (local onde decorrem as escavações arqueológicas realizadas pelo PNPG, com vista à descoberta de uma antiga Vila Romana, possivelmente uma "Pausata" - pousada ou albergaria); barragem de Vilarinho das Furnas, memória já "afundada" de uma vila comunitária sacrificada ao progresso; a Geira Romana com os seus marcos miliários, a mata da albergaria, Ponte feia, Mata de S. Miguel e Portela do Homem.

Trilho da Cidade da Calcedónia

Percurso interpretativo Cultural e Paisagístico





O trilho Cidade Calcedónia permite uma visita ao povoado fortificado
da idade do Ferro, designado Calcedónia.
Presumivelmente de ocupacao romana, este local emblemático, cujo
topónimo foi criado pela efabulacao erudita de alguns sábios do séc. XVI,
indica uma origem clássica fundada pelos argonautas.
Este percurso, de âmbito Histórico e paísagistico, desenvolve-se no
território da freguesia de Covide e apresenta um repertório histórico-
-cultural distinto, pelas suas tradicoes comunitárias e vestígios arqueológicos.


É um trilho pedestre de pequena rota que apresenta um tracado circular com uma distância real de 7 Km, um tempo médio previsto de 4 horas e constitui-se por tracados declivosos que o tornam de elevada dificuldade, por isso deve ser percorrido num passo de forma a facultar ao pedestrianista a plena fruicao, o contacto ambiental e, mais importante, a reflexao sobre este mundo de estruturas culturais e vivências milenares que , hoje, facilmente tendem a se esgotar.

Geologia e Geomorfologia

O território onde se localiza o trilho "Cidade da Calcedónia" é dominado pelo granito do Gerês, que apresenta uma textura constituída por grao médio a grosseiro.
Ao longo do trilho, o granito evidencia numerosos sistemas de fracturacao e, localmente, podem observar-se estruturas filoneanas ou simplesmente filoes, que apresentam orientacoes preferenciais nordeste-sudoeste e noroeste-sudeste, essencialmente quartzosos.
A geomorfologia é influenciada pelo ambiente granítico da regiao, com extensos e profundos vales, intercalados pelas cristas montanhosas, que resultam de interacoes entre os macicos rochosos e os agentes geomodeladores externos.
Houve, portanto, uma evidente evolucao geomorfológica, influenciada pela existencia de falhas geológicas e pelos sistemas de fracturacao graníticos.
Esta evolucao manifesta-se através dos blocos - os "Monte-ilha" -, os blocos isolados e pedunculados que contribuem para o embelezamento da paisagem, considerados verdadeiros geo-monumentos.

Fauna


Ao longo do trilho observam-se, com alguma facilidade, os anfibios, os répteis, as aves e o gado nos seus habitats naturais.
Dos anfíbios destacam-se a ra-ibérica, o sapo-parteiro, o sapo-comum ou mesmo o sapo-corredor, a salamanda-de-pintas-amarelas, o tritao-de-ventre-laranja que podem ser observados, de acordo com a época do ano, em locais de grande humidade.
Os répteis, nesta zona, têm como local privilegiados os esconderijos das pedras, devido à grande exposicao dos raios solares.
O sardao, a lagartixa-de-Bocage e o lagarto-d'água sao espécies fáceis de se avistar.
Quanto às aves podem ser observadas várias espécies, tais como, as aves de rapina, como a águia de asa redonda, o falcao peregrino e o peneireiro-vulgar, assim como pequenas aves com destaque para o cartaxo-comum, a felosa-do-mato, o pintarroxo, o rabiruivo, a cotovia-de-poupa ou a andorinha-das-rochas.
As cavidades formadas pelos amontoados graníticos sao propícias para abrigar morcegos.
Estes locais sao ainda frequentados pelo lobo, gineta, coelho, entre muitos outros.


Flora


A flora da área envolvente do trilho apresenta-se com grande variedade, expressa por espécies isoladas ou em pequenas manchas.
A coexistência desta variedade compoê uma paisagem atractiva.
No estrato arbóreo, à medida que a altitude aumenta, a vegetacao passa a exprimir-se através de exemplares isolados de pinheiros e carvalhos.
Mas, nas chas e nos locais mais húmidos a paisagem revela uma forte presenca do pilriteiro.
No sítio da Fraga da Calcedónia e espaco envolvente, os carvalhos e a pereira-brava marcam uma presenca sadia na paisagem serrana.
O estrato arbustivo e herbáceo caracteriza-se de um modo diverso e com elevado valor florístico realcando-se a urze-erica, o tojo-arnal, o tojo-molar, a torga, a violeta, o tomilho, a dedaleira, entre outras.
Por vezes nas áreas ardidas e devido à pratica pastoricia, a vegetacao mais característica desta paisagem sao a abrótega e o feto-comum.

Trilho do Castelo

Percurso Interpretativo Cultural e Paisagístico

O Trilho de Castelo - o Castelo de Bouro ou de Covide - estende-se pelas chas e cumeadas da
memorável e histórica serra de Santa Isabel.
O seu percurso, de 16.376 metros, atinge uma cota altimétrica de 990 metros e percorre-se
com dificuldade média, por veredas singulares, ladeadas pelos macicos montanhosos da Amarela
e do Gerês.
Ao longo do seu tracado apresentam-se, notalvemente, as modalidades de organizacao de paisagem natural e construída, oriundas da época medieval.
Nao é de estranhar o embate natural com que tudo aparece no seu lugar.
Aqui o Homem ainda nao desfez!
O Trilho do Castelo abrange o território de três freguesias: Sta. Isabel, Chamoim e Covide.
O seu tracado apresenta dois pontos de inicio:
1. Igreja de Sta. Isabel do Monte até ao Monte do Castelo;
2. Lugar do Calvário, em Covide, até ao Monte do Castelo;
Desta forma, o pedestrianista ou visitante tem duas opcoes para calcorrear o Trilho do Castelo:
a primeira, mais longa, possiblita um contacto directo com a riqueza arquitectónica rural, com a comunidade e tradicao agro-silvo-pastoril da freguesia de Sta. Isabel e a segunda, mais curta, poderá contemplar a natureza paisagística e o Castelo de Covide.

Geologia e geomorfologia

A área envolvente do Trilho é percorrida por uma densa rede de rios, composta por um conjunto de afluentes e subafluentes que correm por vales encaixados, originários de uma rede de fracturacao.
O Trilho do Castelo evidencia aspectos geológicos e geomorfológicos muito característicos.
O Granito calco-alcalino de duas micas com predominância de biotite de grao grosseiro, representa a rocha dominante.
Dos granitos acorrem filoes quartzosos e rochas básicas que poderao ser observados ao longo do tracado em direccao ao Castelo.
A forte actuacao dos agentes atmosféricos está bem presente nesta regiao com os notáveis vestígios, tais como o granito alterado com a presenca de aspectos de arenizacao, o perfíl típico de formacao do solo e a presenca de pequenas "chaminés de fada".

Fauna

Ao longo do Trilho do Castelo as comunidades de animais poderao ser observadas na sua plenitude.
Na área extensa de Baldio e outras zonas de pasto avistam-se cabras, vacas e cavalos.
As pegadas, marcacao de território, vestígios de alimentacao e dejectos assinalam a presenca do esquilo, lobo e fuínha.
Nas zonas de humidade, charcos e cursos de água, encontram-se anfíbios; tritao-marmorado, tritao-de-ventre-laranja e ra-verde.
Os répteis, por sua vez, refugiam-se nos esconderijos rochosos e nos locais mais expostos aos raios solares.
O canto e o voo das aves permitem a sua visualizacao e identificacao, como o cuco, gaio, melro, águia-de-asa-redonda, chapim-real e o pica-pau-verde.

Flora

As aldeias coroam a mancha agrícola, marcando a separacao com a zona de bosque, de vegetacao espontânea dominada por carvalhais, com a predominância do carvalho-alvarino, referenciado pelo excelente estado de conservacao e proteccao da sua biodiversidade.
Observam-se espécies variadas desde o salgueiro-preto, a pereira-brava, o pinheiro-de-casquinha e o sabugueiro.
Na bordadura do tracado do Trilho há uma permanência constante de tojo-arnal, tojo-molar, torga e queiró.
As plantas aromáticas, como a macela, hipericao, hortela e o tomilho, sao observáveis em determinados locais, ao longo do trilho.
Na zona de Cha-da-Nave encontra-se uma depressao inundada, onde abundam criptogâmicas como os esfagnos.

Trilho dos Currais


Percurso interpretativo Cultural e Paisagístico



O Trilho dos Currais, inserido na temática "tradicoes comunitárias", percorre uma área de singular beleza natural da Serra do Gerês.
Percorre-se ao longo de três currais do Baldio de Vilar da Veiga: o Curral da Espinheira, o Curral da Carvalha das Éguas e o Curral da Lomba do Vidoeiro, constituindo um percurso de pequena rota (PR) cuja distância a percorrer é de 10 Km, sendo o grau de dificuldade médio a elevado.
Inserido no âmbito Cultural e Paisagístico, o Trilho dos Currais proporcionaum contacto directo com o espírito e tradicoes comunitáriaslocais, a partir da organizacao silvo-pastoril na forma de vezeira.
Esta prática comunitária, peculiar da Serra do Gerês, decorre de Maio a Setembro, sendo o gado bovino da comunidade encaminhado pelos caminhos carreteiros até à serra alta, onde se situam os currais.
Os vezeiros - proprietários do gado - acompanham durante dias ou semanas o gado, consoante o número de cabecas que possuem, transportando os utensílios para a alimentacao e estadis nas cabanas dos currais.
A manutencao destas estruturas comunitárias é assegurado anualmente.
Todos os anos, previamente à subida do gado para a serra, no dia dos cubais, os proprietários limpam os caminhos carreteiros, arranjam cabanas e as fontes.

Geologia e geomorfologia

A monotonia geológica materializa-se pelo granito do Gerês, muitas vezes interrompida por sistemas de filoes quartzosos, os quais, normalmente, apresentam uma orientacao aproximada de nordeste-sudoeste.
O aspecto geomorfológico geral da regiao caracterizaq-se pela existência de vertentes íngremes e linhas de água bem definidas, localizadas na encosta esquerda do vale do Rio Gerês.
A morfologia deste vale está relacionada com a existência da falha geológica que se prolonga entre o Gerês e o Lóbios.
Sobre essa falha actuaram agentes erosivos, ao longo de muitos milhoes de anos, dando origem a este pronunciado vale.

Fauna

Ao calcorrear este trilho de admiráveis paísagens naturais, observam-se os animais em pastoreio; as cabras, as vacas e os cavalos, as aves de rapina e outros animais selvagens.
As aves sao de fácil observacao e destacam-se na paisagem natural.
Desta espécie podem ser observadas a águia-de-asa-redondo, o falcao-peregrino, o peneireiro e a gralha-de-bico-vermelho.
Destaca-se, ainda, o corco, o lobo, o javali e o esquilo.
Devido aos seus hábitos mais esquivos, torna-se difícil a sua observacao, contudo deve dar-se atencao aos seus indícios - as pinhas roídas, os dejectos, as tocas, as pegadas, os vestígios de alimentacao -. que traduzem a sua presenca.

Flora

O Trilho dos Currais é rico em valores florísticos, quer ao nivel arbóreo, quer arbustico.
Na área envolvente do trilho estao representadas as espécies de resinosas: pinheiro silvestre, pinheiro bravo e o pinheiro negral.
Das folhosas destacam-se os carvalhos, o azevinho, o medronheiro, a pereira brava, o padreiro e o cornogodinho.
A sua composicao florística diversifica-se conforme a altitude e os microclimas.
À medida que se sobe em altitude as espécies de matos tornam-se dominantes.
Observam-se os tojais, a torga, carqueja e as urzes, encontrando-se em zonas de maiores altitudes, o Zimbro.